Ofertas personalizadas sempre fizeram parte da realidade das empresas que trabalham com o Marketing Digital. Mas, e agora que a LGPD está valendo? Como isso deve ficar?
Com a LGPD entre nós, muitas dúvidas surgiram a respeito das práticas mais comuns do e-commerce, especialmente dentro da publicidade. As ofertas personalizadas foram as primeiras supostas vítimas da Lei Geral de Proteção de Dados. Empresários de todo o Brasil tiveram (e ainda têm) de rever conceitos e práticas para se adequarem à (nem tão) nova lei.
Hoje vamos discutir um pouco sobre como as ofertas personalizadas e a publicidade personalizada devem funcionar dentro da LGPD, e como isso ainda é possível.
Como é possível criar ofertas personalizadas sem ferir a LGPD?
Primeiro, vamos revisar o que é a LGPD e o que ela significa, na prática para o seu e-commerce. Você certamente já leu várias definições e explicações, mas para prosseguirmos, é preciso que a legislação fique clara na sua mente. Não se preocupe, não iremos nos aprofundar demais nesta parte!
O que é a LGPD e para que ela serve?
A lei visa proteger os direitos fundamentais de liberdade e privacidade, além do livre desenvolvimento da personalidade dos cidadãos. Para tal, são estabelecidas regras às quais estão sujeitas todas as empresas que atuam em solo nacional, com sede local ou estrangeira.
O e-commerce funciona com base no armazenamento de dados. É assim que as bases de clientes são construídas, que o comportamento do consumidor é analisado e que as ofertas personalizadas são geradas. Isso permite às lojas virtuais ter um contato muito mais próximo e objetivo com seus clientes, um dos pontos que tornam os negócios digitais tão eficientes e adaptáveis.
Com a LGPD, o consumidor escolhe se quer que seus dados sejam compartilhados com a empresa que deseja realizar sua coleta. Até mesmo as informações armazenadas em cookies, algo tão rotineiro, requer o consentimento por parte do usuário.
A lei prevê:
- respeito a privacidade dos internautas;
- escolha se deseja ou não receber tais informações sobre a empresa, produto ou serviços;
- liberdade de expressão, informação, comunicação e opinião;
- proteção contra a violação da intimidade, da honra, e da imagem do usuário;
- entre outras determinações.
E onde as ofertas personalizadas entram nisso?
Bem, para criar ofertas personalizadas e publicidade personalizada, é preciso coletar informações do usuário, como seus dados de navegação. Acontece que, sem sua autorização prévia, isso não é mais possível.
Porém, há um caminho: o estudo. Grandes empresas sempre realizaram pesquisas exaustivas, entrevistas com grupos de foco e muitos outros instrumentos para gerar dados que pudessem nortear suas estratégias. Dentro do ambiente digital, para muitas empresas, isso ficou em segundo plano. Afinal, é mais fácil segmentar a publicidade e criar ofertas com base nos hábitos de consumo dos seus clientes.
A tecnologia deve ser usada a seu favor
Agora é o momento de voltar à base, o que não significa “andar para trás”, até porque a criação de pesquisas e estudos não é nada simples! Empresas digitais, como e-commerces, precisarão conduzir pesquisas bem estruturadas com suas bases de clientes, a fim de entender melhor seu comportamento e criar ofertas personalizadas de acordo com seu histórico de consumo – dentro e fora da sua loja virtual.
Além disso, é possível coletar o consentimento da sua base de clientes, permitindo a coleta de informações relevantes para a criação de ofertas personalizadas e o direcionamento da publicidade certa. Será preciso apenas encontrar a comunicação correta para garantir o máximo de efetividade para essas novas estratégias, além de bastante trabalho para estruturar a pesquisa.
De qualquer forma, você terá de garantir a segurança das informações coletadas e seguir à risca o que a LGPD prevê. Não tem muito mistério – e nem saída. Para criar ofertas personalizadas, será preciso ir até seu público e estudá-lo, conhecendo seus usuários tão bem quanto seu próprio negócio (afinal, seus clientes são parte do seu e-commerce).